A personalidade de hoje é Ciro Gomes, o “coroné” de Sobral/CE. Eu poderia citar outros nomes que surfam na onda coronavírus. Os quatro elementos aos quais me refiro são: terra, fogo, água e ar. Esses elementos, significando tragédias para o Brasil, deram carona para políticos e outros oportunistas.
Terra- O soterramento de Brumadinho/MG, proporcionado pela Vale, trouxe um punhado de profissionais, à espera de uma tragédia, que “sabiam”, como o pior poderia ser evitado. Novos deputados federais, ávidos para instalar uma CPI para chamar de sua, tomaram posse. Ciro Gomes, especialista em tudo, correu apontando os culpados e as soluções.
Fogo- Incêndio na Amazônia, a comoção foi planetária. Com, suposta, razão, porque as notícias correram com certo exagero. Isso não aconteceu com a Austrália, mesmo que lá tenha sido muito pior. Aqui, apareceram: especialistas de plantão; a sazonal candidata a presidente da República e eterna ambientalista, Marina Silva; cantores, modelos, atores etc, sempre dispostos a capitalizar seu, pretenso, monopólio da virtude; e, olha ele aí, Cirão da Massa. O sujeito disse “Em nome da Democracia, vamos tocar fogo na rua”
Água - Muito óleo desembocou na costa brasileira, principalmente no Nordeste. E, eis que surge do pântano Choro, digo, Ciro. E, novamente, ele veio apontando culpados e expelindo soluções simples, por mais complexo que fosse o problema. Solerte, Ciro Gomes, igual quando prometeu limpar os nomes do SPC, prometeu o que faria se estivesse na Presidência da República. Simples.
Apareceu também, ela, sempre à espreita, esperando uma desgraça ambiental ou as próximas eleições presidenciais, Marina Silva. Ela balbuciou as platitudes de sempre. As ideias dela devem ser esquecidas por decreto.
Ar - Ciro chorou. A cara de pau de Ciro Gomes agora é, também, digital. A sua peculiar sem-vergonhice evoluiu na maneira como chega até nós. Antes, restrita aos comícios e ao corpo a corpo, a dissimulação indisfarçável dele não resistiu à tecnologia.
Foi aberta, oficialmente, a temporada de oportunismo político. Não que essa prática não seja habilmente difundida sempre. Mas o COVID-19 e a anomia presidencial abriram brecha para a oposição, um lote de governadores anarquistas e o eterno candidato à Presidência, Ciro.
Tudo roteirizado, câmera posicionada e ligada, bastava o irmão de Cid “retroescavadeira” Gomes fingir uma sobrenatural empatia com os pobres e um, incontrolável e forçado, choro. E assim foi, mal começa o vídeo, ele simula não conter as lágrimas. Muito, porém mal executado. Iniciou a discurseira, voz embargada, mas faltou um item essencial ao kit-choro, a lágrima. Nem sequer os olhos lacrimejados. Entretanto, foi desse jeito que ele publicou a coisa.
Eu vi alguns vídeos do coroné de Sobral, também canastrão e carpideira, na vida real, sem ensaio. É mais divertido. A farsa não resiste ao YouTube.
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