A História e a lenda
“Pindorama”, era assim que parte das tribos que aqui habitavam, em especial os Tupis, chamavam esta terra antes da “civilização” europeia representada por portugueses chegasse com suas caravelas em 1500.
Consultando a Wikipédia, encontramos três significados para a palavra “Pindorama” na língua Tupi. “Terra, lugar, região das palmeiras” e “espetáculo das palmeiras”. Ainda poderia designar o local mítico dos tupis-guaranis, uma terra livre de todos os males.
Desde a chegada de Cabral até 1527 o nosso pais teve oito nomes. O primeiro batismo foi “Ilha de Vera Cruz”. Entre 1501 e 1503, “Terra Nova” e “Terra dos Papagaios”. Em 1503, mudamos de nome duas vezes. “Terra de Vera Cruz” e “Terra de Santa Cruz”. Aconteceu o mesmo em 1505, “Terra Santa Cruz do Brasil” e Terra Brasil”. Apenas Brasil a partir de 1527.
Nos bancos escolares aprendemos que Brasil vem do possivelmente primeiro grande crime ambiental praticado nesta terra. A espécie de madeira “Pau-brasil” foi dizimada das florestas. Na língua tupi-guarani, Brasil significa “vermelho como brasa”. É deste ponto em diante que os historiadores começam a divergir. A maioria crê que o nome não vem da madeira já conhecida por mercadores do Oriente desde o século 9.
Deste ponto também, História e lenda em torno do nome “Brasil” começam a se confundir. Muito antes da era das grandes navegações e do êxito das descobertas, mapas medievais mostravam a localização tanto de ilhas reais quanto imaginárias. Os grandes navegantes tinham o conhecimento destes mapas.
Um deles datado de 1324 mostra uma ilha localizada a oeste da Irlanda, com várias grafias diferentes chamada Brasil. A palavra é de origem celta e tem o significado de “Terra dos Bem-Afortunados” Um lugar de prazer perpétuo e festejos. Os portugueses trocariam a religiosidade por um batismo místico? Historiadores aceitam essa hipótese.
Uma dessas lendas fala sobre os escritos de São Brandão, o santo navegante. Datado do século 10, em “A Navegação do Abade São Brandão”, ele conta ter chegado na “Ilha Brasil” descrevendo o local com vegetação exuberante e animais exóticos. Idêntico com as primeiras impressões dos portugueses.
Outra lenda celta conta de uma ilha envolta por névoas permanentes. Quem leu vai se lembrar da obra-prima da escritora Marion Zimmer Bradley “As Brumas de Avalon”. Enfeitiçado pela irmã Eithne por querer construir uma torre que chegasse ao céu, este lugar foi a moradia do mago druida “Brasal” ou “Breasal” após a sua morte.
Admirador da cultura celta, o meu desejo é que a lenda e o misticismo prevalecessem sobre a História e a religiosidade!
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