Não há porque se deixar levar
para o fundo da água
como um parafuso.
Se esse fosse o caminho,
meu amigo-azul,
eu mesma já teria ido.
E se alguém tem que morrer,
que seja a poetisa,
que veio ao mundo sem saber,
caminhou tão pouco tempo
no céu de estrelas,
achando que era reluzente,
tinha brilho, e algum valor.
Mas não há porque desesperar,
só perde quem não consegue achar,
o que está a procurar.
E você sempre encontrou,
tudo, tudo o que buscou,
prova disso, eu é que sou.
Deixa o que você não pode mudar prá lá,
arrume o que ainda puder arrumar,
e continue em frente
com o que já conseguiu.
E que tudo valha a pena
e não traga mais dor
e sofrimento ao teu próprio ser.
Essa seria a maior dor,
de isso saber,
que o amigo está à sofrer,
por desejar, por querer...
|