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Não se trata mais de apenas ficção. Há um consenso entre os que poderíamos chamar “novos filósofos”. O futuro do nosso planeta estará nas “mãos” das máquinas. Aos poucos já é possível perceber. A Inteligência Artificial vem cercando os humanos por todos os lados. Colocando-nos em verdadeiras senzalas virtuais.
O mesmo consenso ainda não existe quanto a maneira de como se dará essa dominação. Apesar de tal futuro estar batendo à porta, ainda é um vasto campo aceitando diversas teorias. Algumas dizem que os humanos se tornarão obsoletos. Na pior das hipóteses descartáveis.
Outras teorias falam na fusão entre humanos e máquinas. Numa reportagem do jornal “O globo”, o cientista da computação Robert Anderson que esteve no Rio de Janeiro para participar da 2ª edição do “Festival de Futuros Possíveis”, aborda justamente este cenário. Cabe aqui sua frase: “As máquinas irão tomar conta do planeta, mas essas máquinas serão parte de você. E você será parte delas”.
Essa fusão entre humanos e máquinas vem sendo chamada de transumanismo. Anderson afirma que o transumanismo será realidade em uma geração. Essa fusão já está acontecendo no tratamento de doenças e deficiências. No futuro será usada na ampliação da capacidade dos humanos.
No conceito de transumanismo, os humanos não precisam ser limitados apenas por um corpo biológico. Podem ter suas capacidades incluindo a inteligência, expandidas por incorporações tecnológicas. Querem um exemplo? Os quarentões devem se lembrar das séries “O Homem de Seis Milhões de Dólares” e “A Mulher Biônica”. Elas foram a ficção do transumanismo.
Esse futuro provocará reações e causará impactos profundos nas sociedades tais como conhecemos. Os abismos conhecidos que separam as classes sociais atualmente certamente serão multiplicados. Para fazer parte da nova raça do transumanismo os custos serão elevados.
Por exemplo, com nanopartículas injetadas nos olhos de camundongos, eles passaram a enxergar o espectro infravermelho. Então podemos imaginar aquela criança que hoje pede um telefone celular igual aquele do seu amiguinho rico, pedindo para ter olhos iguais aos dele, e também enxergar em infravermelho.
Na reportagem Anderson revela seu temor de que as sociedades não estejam preparadas para conviver com o alvorecer do transumanismo. Concordo com Anderson. Nosso conservadorismo transforma a discriminação e a intolerância com o que é diferente em verdadeiras aberrações. Sempre invocando ideologias ou crenças. Não tardará, e esses crentes criarão o bullying contra os humanos máquinas.
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