Para florir no inverno,
plantei numa noite de outono,
um sol vermelho - em brasa.
Eu precisava do fogo.
Só as folhas, em fim de tudo
mais de ouro que de prata,
ao meu redor se ajuntavam,
a servir-me, porque viram,
por olhares e por acenos,
que o mesmo largo vento
que lhes tirou as alturas,
do templo de minh'alma
arrebatou as vestiduras.
Não o culpo, nem ele a mim.
Porque fomos, somos e seremos
- sempre - os dois, sujeitos
Àquele a quem tudo está sujeito.
|