Não sei o que tem hoje
o luzir de estrelas,
que em clareza mostra
sob o céu que é de todos,
todos, bebendo do mar a cor do vinho.
Nos palcos da vida descortina espirituosos astros,
das brilhantes artes bebendo todo o brilho.
Nas florestas as árvores
das profundidades sorvendo água,
nos altos ramos delas, enraizadas,
bromélias e orquídeas, crescendo abraçadas.
Mas não mostra,
no canto do quarto formal, escondido,
aquele que pede algo mais de amor do que o normal,
nem dá amostras,
daquilo que no seu interior implora
uma explosão de gritos.
Não sei o que têm hoje as estrelas
que não mandam suas luzes mostrar,
de um modo que nos faça sentido,
que sem amor não somos nada.
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