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Você sabe, tenho trabalhado demais,
o ferro-velho me mantém o dia todo ocupado,
tem sempre alguém comprando ou vendendo coisas,
paro para tomar um café, um minuto de descanso,
lavo as mãos e vou para casa, o meu velho lar,
mas saiba que ainda penso em você, com amor,
me pego, às vezes, lembrando daquelas palavras
que você me dizia, aquelas poesias que você lia,
a vida não deixa espaço para perder tempo,
aprendi que as folhas são levadas pelo vento,
no meu bolso tenho aquele bilhete de despedida,
seu batom desenhando seus lábios na folha amarrotada,
quer saber?, não te esqueço por nada,
você esteve sempre à frente,
eu é que fiquei para trás,
um cego não olha por anda,
nem quem ama sem saber o que faz...
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