Murchou a roseira,
frutas e grãos secaram,
desbotou a cor da minha roupa.
Deixando de ter vigor,
a deusa da terra pranteou.
Gotas caíram.
Podia ser chuva, mas não foi.
E calmo e brilhante e puro
um pingo escorreu pelo meu rosto,
tocou meu peito,
bailou sobre uma flor,
cujas pétalas tão alvas
chegaram a brilhar na escuridão.
E ali ficamos silenciosos.
O pingo e eu,
naquele canto escuro do jardim.
Visto pois que pingo nada diz,
se faz sentir,
pensei nas muitas coisas bonitas
que podia dizer a ele.
Mas com receio de ferir sua essência,
fiz-me de quieta.
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