Busco, nessa floresta de sentidos,
um menino que se perdeu de mim,
tinha olhos claros e cabelos compridos,
tinha vindo ao mundo em busca do sim...
Franco, enfrentava velhos costumes,
o ódio, a dor, a separação, o medo,
as coisas do coração, amor, ciúmes,
entre os homens o silêncio, o segredo...
Quantas quedas e quantos risos,
riscos da aventura nessa floresta,
o achar e o perder, constantes, do juízo,
as primeiras pequenas rugas na testa...
Do barro seco ao alto prédio envernizado,
do calção ao terno de linho italiano,
do correr livre à pose de empertigado,
do sonhar ao desenhado plano...
Menino, onde estás, que não te vejo,
que não te acho por mais que procure,
onde estás, menino, nesta floresta de medos,
mesmo que penses que a vida dura mais que dure...
Neste incêndio de velhas madeiras e gravetos,
neste recobrar de miçangas caídas ao longo do caminho,
deitado na relva macia a olhar uma lâmina de segredo,
ainda te acharei aqui dentro, mesmo que te sintas sozinho...
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