O reservatório de palavras está seco.
Perdeu-se a veia das minas d'água,
as corredeiras de minúsculas odes secou,
riachos de venturosos poemas não mais correm...
O poema é um graveto. Seco.
Com rachaduras em sua constituição.
Deitado à beira da estrada
espia as nuvens d'água
que passam rindo riachos de gotas,
espalhando orvalho sobre secas ramas de hai-kais,
o poema, graveto seco,
jamais morrerá, (Poe), nunca mais...
Poesia não se compra em supermercado,
nem se paga à vista,
nem se faz fiado,
é só o avesso da dó,
a pedra de mó,
o nó
a ser desatado
no instante em que o poema é recitado...
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