ONDE EXISTE POESIA
No fundo daquele olhar ressentido
Mora um desejo escondido
Viajar no tempo passado
Mesmo chegando atrasado
Refazer na ilusão perdida
Por alguns instantes
O momento inebriante
Curar a profunda ferida
Desse coração amante
Ferido, pisado, abandonado
Se o hoje não fosse passado
E o futuro subornado
Algum remédio ou terapia
Varrer a inércia, a nostalgia
Fazer ontem ainda ser o dia
Onde existe poesia?
Onde existe poesia
Não é sonho irrealizado de louco
Deixe sua mente vagar um pouco
Entre as lembranças bonitas
E os retalhos dos impossíveis
Restam tecidos invisíveis
Prontos a serem costurados
Pelas fadas esperançosas
De horas maravilhosas
Deixe os músicos nos inspirar
Com suas canções inaudíveis
Aos ouvidos dos insensíveis
Com suas notas a bailar
Melodias que vão ao alto
Além da esfera terrestre
Lá no campo celeste
Onde existe poesia
SUAVE BRINQUEDO
Seus olhos curiosos brilhavam
Assim que de repente chego
Nas mãos mistério e zelo
Seus bracinhos se abrem
Acenando ansiosos sem medo
Novidades as trouxe
Como será o brinquedo?
Sem fitas. Sem papel
Você o agarra pelo pelo
Um cãozinho que late
Você se assusta e nele bate
Depois da luta fora do combate
O cãozinho jaz no chão
E você como todo bebe chorão
Me derrete o coração
Devolvo-lhe pelo pelo
Você o acaricia suave
Como se não fosse brinquedo
Se você estivesse na nave
E o soltasse num arremesso
No sonho de bebê o brinquedo
Escorregou pela janela da nave
E o menino mergulha na arte
De buscar o suave brinquedo
Foi apenas um pesadelo
Mais um susto e o bebê chorão
Põe a casa em confusão
E segura pelo pelo
Feliz agora sem nenhum medo
Ele abraça seu suave brinquedo
|