O essencial é abrir os olhos e te ver;
mais que isso, (a quem nada tem), te ter...
Tocar sua mão e ela se sacrificar
em minha áspera pele de aspereza cheia;
como se fosse o mar
a deitar suas costas na pedregulhosa areia...
Junto ao meu corpo torto torto corpo
o teu, junto ao meu teu rosto,
navegar no perfume que exala
em cada cômodo do céu que se cala...
Deitados vemos o mundo mudado,
o fim das coisas verticais e duras,
o fim do silêncio do sagrado,
o sangue na veia escura...
Os olhos se abrem e vejo os teus;
que se parecem, quase como os meus;
somos mundos quase unidos em noite fria;
somos quase doce gomos da mesma poesia...
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