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Ensaios sobre trintar.
Por onde andei.
João Luís Flores de Oliveira

Resumo:
Por onde andei é a primeira parte dos Ensaios sobre trintar.

Ao longo de quase três décadas estive perto, as vezes distante, feliz ou triste, sonhando e também realizando, desmoronando quando errei, em panico quando , nas margens, nas entrelinhas, no colo, no abraço, na solidão, na frieza, na escuridão, no entardecer, em olhos apaixonados, na imaginação de um amor, escrito em cartas, imaginado em musicas, desfeito em raiva, esquecido no tempo, lembrado em memórias, encontrado e desencontrado em um universo de uma criança cheia de sonhos, escondido em uma adolescência presa na timidez, disposto a ver o mundo através de diversos prismas depois de vinte anos, desesperado por conseguir vencer na vida, desfrutando a experiencia de ser independente, no chão depois de chegar tão alto, no alto depois se reerguer e subir novamente...
Enfim, estive em muito mais lugares que imaginaria um dia estar, nas diversas condições que a vida me colocou e eu nem sempre estava preparado para enfrentar. Nunca estive certo do amanhã, pois desde cedo pude observar que ele é infinito, com possibilidades que não se limitam ao meu conhecimento. Nessa incerteza encontrei a esperança para acreditar em dias melhores e a consciência de que dias ruins sempre podem voltar.
Aos 29 anos percebo que minhas quase três décadas de vida foram muito instáveis, assemelham com uma cordilheira cheia altos e baixos (talvez isso seja o normal mesmo), mas quando a gente esta la no meio, com seus 15, 18 ou 20 anos, a gente se culpa por tudo e não bota fé nas mudanças que a vida proporciona. Na verdade eu acredito que a gente deixa de acreditar que mudaremos porque notamos que a vida passa "voando", as mudanças necessitam de um bom tempo e mexer nos nossos pilares ao mesmo tempo que eles são a nossa sustentação para a vida que não da trégua, seria de uma complexidade fora do alcance.
Mas é curioso que diante tanta correria e do tempo que não perdoa ninguém, a mudança vai acontecendo e só é "auto-percebida" após uma reflexão que envolva uma "parcela" desse tempo, algo que aos vinte anos não esta disponível por ser incompreensível. Em meio as confusões oriundas pelo tempo/transformação, não detectamos nada devido ao caos que é a vida normal humana.
Trintar proporciona selecionar uma parcela de tempo suficiente para refletir e conseguir filtrar as reais transformações que vivemos e de fato concretizamos. Achei que havia mudado bastante aos 20, mas ali era apenas o inicio do que ainda estaria por vir, percebi que eram apenas idéias de um novo João, algumas que nem sempre foram levadas adiante. Talvez aos 40 sinta o mesmo em relação a hoje.
Poderia ter sido muito diferente, poderia ser parecido com aquele menino sonhador ou com o adolescente que tinha medo de dar oi.
As escolhas durante o caminho é que nos transformam.


Este texto é administrado por: João Luís Flores
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Publicações de número 1 até 3 de um total de 3.


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