08
- Eu achei que éramos amigas.
- Mais somos amigas.
- Não.
- Por favor Roberta, me ouça.
- Não, eu não quero.
Roberta ali agarrada a Gio que lhe afaga e lhe protege, Brenda com lágrimas nos olhos tenta abraça-la mais a garota a nega, Gio diz a Brenda que vá embora e com o tempo quem sabe, Roberta a veja com outros olhos.
- Tudo bem.
Brenda segue rumo a porta principal do hotel, bolsa a tiracolo e uma pequena mala na mão, Roberta sai da proteção de Gio e corre até a amiga.
- Me perdoe.
- Ainda não sei se te perdoo.
Roberto vem até ali e segue para pegar a neta, Gio não deixa pedindo para que as duas tenham seu tempo.
- Mais.
- Acredite, dr, elas são amigas, sua neta gosta muito daquela mulher.
- Não entendo, de onde vem esta simpatia de uma pela outra.
- Eu acho que entendo.
- Como Gio?
- Bem, as duas de certa forma tem seu sofrimento.
- Sofrimento?
- Sim dr, sua neta perdeu os pais e mora com o dr, tem conforto, enfim, tudo que uma menina precisa, mais não tem o amor e carinho de pai e mãe.
- Tem razão.
- Do outro lado, aquela moça me passa um sofrimento, eu não sei nada sobre a vida dela mais eu quase que garanto, não foi fácil.
- Bem de qualquer modo eu não quero minha neta com ela.
- Sim dr.
Brenda segue para o carro, Roberta junto do vô acena para a amiga.
- Tchau Brenda.
- Adeus Roberta.
Maciel e Brenda já estão na estrada em carro fretado seguem para casa.
- Ainda não entendo, por que você foi tão bruto com o velho.
- Olhe ele é meu pai, mais não meu dono, não sou obrigado a ele.
- Acorda Maciel, você depende dele para tudo, tudo.
- Mais não dá o direito dele querer me fazer de bobo.
- Ele pode fazer o que ele bem quiser.
- O que foi, vai ficar do lado dele.
- Ah, cale a boca.
- O que foi agora, tá revoltadinha?
- Já chega Maciel.
- Quer ser a puta dele?
- Vá pra puta que o pariu.
- O que foi, a piranha agora tá nervosinha.
- Vá se fuder.
- Olhe a boca com seu macho.
- Canalha.
- Vai xinga mais, tá ficando bem gostoso.
- Pare o carro.
- O quê, tá louca, aqui na pista.
- Para a merda do carro.
Maciel para o veiculo, Karen desce e segue a pé, ele vai atrás dela.
- O que deu em ti, ficou louca assim de repente?
- Eu estou cheia de você.
- Por que isso, por que agora?
- Maciel, caralho, você é puto infantil, caralho.
- Eu sou infantil?
- Esquece.
- Onde você vai, assim, aqui no meio do nada?
- Logo passo por algum posto, pego carona com qualquer carreteiro, é a vantagem de ser mulher, sabia?
- Ah, entendi, quer ser a putinha de estrada.
- E daí, posso ser e fazer o que me der na telha, afinal onde você me conheceu.
Maciel avança nela, segura a mulher no pescoço.
- Pare.
- Já te disse que não quero mais ouvir estas estórias.
- Não são estórias, sim minha vida, minha lascada vida, a porra real da minha vida.
- Pouco importa, o que houve, o que você fez, nada disso interessa, o que vale é a gente.
- Você esta apertando.
- E ai vai fazer o quê?
- Me larga.
Maciel larga ela, Karen tira o calçado e joga nele que ri.
- Típico de piranha barrela.
- Te odeio.
- Vem.
- Sai de perto de mim.
Algumas carretas e ônibus passam ali, Maciel agarra Karen forçando um beijo ela tenta soltar mais acaba por aceitar.
- Tá vendo, a gente é feito um para o outro.
- Verdade.
- Sabia, minha vadia louca.
- Puto.
- Sou mesmo.
- Canalha.
- Adoro.
- Piranho.
- Ai ferrou tô explodindo de tesão.
Aos gracejos eles entram no carro, logo roupas são jogadas pela janela e a ardência dos corpos sugere que o risco vai ser bem louco.
Veiculos passam e alguns jogam luzes neles que trepam ali dentro como se não houvesse amanhã, minutos depois ja se arrumando da loucura, veem as luzes de um giroflex no veiculo.
- Policia.
- Fudeu.
O policial sai da viatura, Maciel desce do veiculo.
- Documento e carteira.
- Sim sr policial.
Karen olha para o oficial e joga um beijo.
Roberto acerta a estadia no hotel, em um campo um helicóptero os aguarda, vão até a capital Campo Grande de onde seguem de jato para casa.
- Vô, voltaremos aqui?
- Quem sabe minha querida, você quer?
- Sim vovô.
No outro dia ja em casa, Roberto despacha alguns documentos e analisa algumas propostas de seu escritório particular, Gio entra com uma bandeija com doces e pães.
- Que bom estou com fome, Roberta como esta?
- Ficamos brincando de boneca até a pouco.
- Queria ver.
- Muito bom, sabe.
- Sei.
- O que foi?
- Gio a gente esta ficando muito tempo junto.
- Isso é mal?
- Para mim não.
- Então?
- Eu estava pensando que......
Roberta entra ali toda em alegria, corre até o colo do vô.
- O que foi minha querida?
- Sabe vô eu estava pensando.
- Em quê?
- Por quê o sr não se casa com a Gio?
Gio fica surpresa com aquilo.
- Casar, eu?
- Claro Gio, afinal você gosta do meu vô, não gosta?
- Sim eu gosto.
Roberto intervém.
- Era sobre isso que eu ia falar com a Gio antes de você entrar.
- Ia?
- Sim Gio, quer se casar comigo?
A mulher é pura emoção.
- Como é, é sim ou não?
- Sim.
A alegria toma conta de todos ali.
20181402.......................................
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