Esse rio eu serei
De carinho, por que
É o produto do seu
Sortilégio de amor
Que sonhei e sonhei.
Pomba branca deu o seu mirar
E é de se admirar
Que desse riso eu faltei
De janeiro a abril,
Ao abrigo da luz da renúncia,
Por ter
Piorado
E quebrado
A lâmpada do seu benefício (malefício)
De amor
Impossível: você
Tem mais é que sofrer!
Ódio não é negar
Que se sofra
E sofrer:
Alterar o que for
Infeliz ou feliz,
Invisível ou só
Cor-de-rosa
E assim,
Sufocante e me dá —
O habitante do fim,
Repelido;
Ou
O habitante de mim
(Foi você quem me deu).
Natural que assim
Nem me erga do chão:
Construído no rio,
Bem grudado no rio
E é bem lá o meu fim;
Escasseio no ar,
Escasseio aos pés
Da palavra – Amor.
Da renúncia, por ser
Desterrado do chão,
Participo do chão
Com o uso das mãos,
Com o uso do amor
E a vontade de ser
Diferente, mas não,
Uma vida melhor
Se contorce no chão,
Se contorce no ar,
Se propõe a danar,
A metade do meu
Paraíso —
Sumiu...
Resolveu explodir
Simplesmente no ar.
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