meus versos estão depressivos, tristes, absurdamente tolos
e tristes
não os animo, não os levo para sair
e arejar a cabeça,
pois os compreendo, eles não querem ser vistos
por isso os desescrevo, é como se o poeta estivesse vazio,
cheio de tudo, eu-clichê: "cheio de vazio"
e também... ah, eles que se danem, estes versos tristes e tolos!
(como me dano)
devo desaparecer com eles, pedem-me para sucidá-los
estes ordinários e tolos versos tristes
não farão mesmo falta a ninguém...
este não poema vai assim então carregado de nada,
versos de nada sobretudo, pois sobre tudo já pensei
(e isso só me serviu para ver o óbvio,
que a vida é nada, nada demais, demasiadamente nada)
então aqui afinal suicido estes versos, como me suplicam
neste não poema
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