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Velhice ou Experiência?!
Sílvia de Sousa

O numero de idosos cresce cada vez mais em nosso país. Vivemos numa era em que a medicina evolui a todo instante, novos tratamentos, novos medicamentos, novas precações e medidas para prolongar a vida e torná-la saudável estão em evidência a cada dia, todos os dias, e o resultado: o numero de pessoas que possuem uma longevidade está aumentando. Pessoas que antes eram consideradas velhas aos 40 anos, hoje ainda estão decidindo pelo que fazer. Tratamentos estéticos, treinamentos físicos, enfim as pessoas buscam cada vez mais alternativas de ter uma vida longa e saudável. O maior problema é que nós seres humanos não fomos feitos para vivermos por muitos anos. Bem antigamente a expectativa de vida era por voltas dos quarentas anos. Hoje se vive 80, 90, 100 anos. Contudo, muitas vezes o corpo físico e mental não agüenta uma pressão por tanto tempo. Ao mesmo tempo que pessoas vivem mais, as doenças que afetam aos idosos são extremamente aterrorizantes. Temos o Parkinson, o Alzheimer, dentre tantas outras que são desencadeados em pessoas acima dos 50 ou 60 anos.

Quando uma dessas doenças afetam o idoso, tudo torna-se entristecedor para a família. Uma doença grave pode mudar a vida de uma pessoa, e não só do adoentado, mas de toda a família, ou pelo menos parte dela. Quando perdemos uma pessoa que amamos para alguma dessas doenças, nos perdemos também. É uma perda tão dolorosa, que fica tão difícil expressar num papel tamanha crueldade. Pois, em muitos casos, a pessoa vive anos, e aos poucos vai perdendo o contato, o reconhecimento, as lembranças do marido, ou do filho, ou de outro ente querido. E o mais doloroso é para família, que consegue ver a pessoa ali todos os dias, mas não a reconhece mais, mal sabe quem se tornou hoje, a única certeza que se tem é que não é mais aquela pessoa que você podia sentar na varanda e ter uma boa conversa, regada com muito amor.

Velhice ou experiência é minha pergunta; podemos dizer que um rosto envelhecido, marcado por grandes rugas, e sem nenhuma consciência do que foi sua vida, estariam de alguma forma nos passando uma experiência? Ou apenas vamos olhá-los e ficar se remoendo com pensamentos obscuros, implorando a Deus para não chegarmos naquele ponto?

É perceptível que experiências eles têm, pois ninguém chega a uma idade avançada sem nenhuma experiência. A tristeza fica por conta de você querer ouvir experiências de tantas dessas pessoas e nada elas podem lhe passar. Infelizmente não lembram.

Esses idosos acamados fisicamente e/ou mentalmente precisam de compaixão, amor, paz. Pessoas que conseguem chegar ao nível de passar-lhes um pouco de conforto são extremamente evoluídas em si. Sabem que precisam, têm consciência que está ali para fazer o que deve ser feito, e satisfazer-se com o seu dia tão cansativo, com seu nervo ciático estalando nas costas por tantas incapazes terem carregado no colo, são pessoas que para mim, merecem o mais que puderem receber de respeito. Fica aqui minha homenagem a todas as pessoas que cuidam se preocupam, se dedicam, que amam, idosos, e não só os acamados, todos no geral.

De qualquer modo, todos de alguma forma nos passam experiências, sempre acabamos sabendo por uma conversa aqui, outra ali, suas historias de vida, e o interessante que a gente acaba lendo o livro de trás para frente: vemos o final, e depois ficamos sabendo o inicio. De alguma forma você faz parte da vida daquelas pessoas, pois entendemos toda a sua vida e sabemos como terminou. Podemos até elevar os pensamentos em experiências que a própria doença do acamado nos proporcionou. Podemos nos questionar, repensar nosso modo de vida, aquilo lá, amanhã, quando tivermos na faixa dos 80 anos, e alguma dessas doenças chegar não haverá saída, não haverá escolha. Ela chega e pronto. Não teremos chance de mudar. Então, se algo há que ser feito e que ainda não fizemos se há um sonho a realizar, se sabemos que o caminho está errado, a hora de mudar é agora, viver energicamente o que se quer realmente ser, não importa se não lembrarmos no futuro. Pois de alguma forma depois da morte não lembraremos também. Então façamos o melhor hoje, por nós mesmos, pelos outros. Pois quando a idade for avançando não poderemos voltar e fazer de novo, mas nesse instante, ainda há tempo pra refazer o que você quiser.




Biografia:
Sílvia de Sousa Advogada. Pós-graduada em ciências jurídicas.
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