Carro de Boi |
Vida na Roça |
Eleothério Almeida da Silva |
Era quarta feira
que dia pesado!
Peguei o machado
marmita e facão.
Meu pai lá na cheda
maestro do carro
enquanto um joão de barro
rompe a serração.
Rolete e Valente
e logo na frente
uma junta indecente
Bordado e Lampião.
Catando as sementes
Luíza e Janaína
senão não germina
e é pra plantação...
As nuvens que cobrem
toda nossa tenda
circunda a fazenda
do Srº Augusto
que é da reserva
mas ainda temido
deixou várias sem marido
e o povo tem susto.
Meu pai tem respeito
mas nunca tem medo
mas está tão cedo
posso ser um rapaz morto...
Não posso correr
pois sou candeeiro
já passamos o terreiro
Deus fechou o meu corpo.
A grama gelada
congela meus dedos
e o coração de medo
parece não bater.
Eis que um galo canta
e avisa o bom dia
agradeço mãe Maria
por ver o sol nascer.
Lotamos de milho
que rangiu os canzis
e o meu pai feliz
manda voltar pra casa,
o chão vai abrindo
e som dissipa
a boiada e bonita
e parece ter asa.
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Biografia: Jovem que aos vinte e poucos anos, almeja tocar os corações e a imaginação de muitos, pois outrora, se deixara ser embalado, também... |
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