Nois conversa assim em Minas |
Eleothério Almeida da Silva |
Sou a moça do sudeste
protegida pelos irmãos
O Paulinho,o Carioca
Zé Santinho e Goianão,
Tambem tenho uma irmã:
pele doce igual maçã.
Sou simples de coração.
Eu me escondo por vergonha
mas quem quiser conhecer
só subir umas montanhas
são coisa linda de viver...
Não assute com os termos
temos orgulho de sermos
feliz e nosso jeitim de ser.
Ao chegar bem lá no alto
o sotaque vai mudar
e sinal que me conhece
duvido não apaixonar,
Agradeço e a que veio,
se criticar eu acho feio
solte as sandálias vou gostar:
"Esta e minha casa branca
com as nurve na sulêra
na varanda umas banana
galinhada in filêra
us marreco la no corgo
porcaiada que ingordo
lambarí sarta na bêra.
Rosinha minha sinhora
que eu trusse lá da serra
o pai dela era brabo
tivemo que rolá na terra
pra defendê um amô
eu te juro meu sinhô
não tem homi qui num era.
O Gerardo nosso fio
e dotô lá na capitar
ele me deu uns boizim branco
que vive no canaviar
cerca num cerca esses demoin
diz que a carne e macia que nem soin
raça neloi que vi falá.
Nois armoça umas sete
sete e meia o mais tardá
ja ta berando mei dia
mais rosinha pode aprontá
um arroizim com suã
carne fresca de manhã
se o sinhô num repará...
Obrigado Senhor João
Volto com mais prazo outra hora
sou Paulista de nascimento
por isso tenho que ir embora
Mas meu coração já e mineiro
e na beirada desse terreiro
Juro pra Nossa Senhora.
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Biografia: Jovem que aos vinte e poucos anos, almeja tocar os corações e a imaginação de muitos, pois outrora, se deixara ser embalado, também... |
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