De vestes roxas, pesadas, quase pretas,
Olhos tristes, melancólicos, perturbantes,
Face calma, seráfica, dolente,
Vai Maria com um manto brunido de violetas ...
Mãos cruzadas sobre o peito - frias, quietas!
Resplendor brocado de 7 estrelas - brancas, reluzentes!
Desfeita, encontra Cristo, dando passos angustiantes
Num caminho d'amargura, na Praça dos Poetas ...
Estranho reencontro à quina do Geraldo! Perturbante!
Dor de duas Almas grandiosas, a que antes,
Dizia toda gente: " - Serão por nós eternamente amadas!"
Tudo agora tão diferente, esperança morta, vida breve!
Ó Maria do Calvário, seja a tua dor, branca como a neve,
Que teu filho, segue, tombando ao pó da estrada!
P.S/ Poema ao Passo do Encontro da Procissão dos Passos, sito, na Igreja de Santo Antão na Praça do Geraldo em Évora.
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