A noite de Évora escorre-me os sentidos!
Meu intimo poema, meu corpo de saudade,
Meu jardim feito de cedros, eternos e perdidos,
Minha terra dolorosa, sem tempo nem Idade.
A noite de Évora grita-me ao ouvido!
Quadras, versos, sonetos de solidão ...
Mortos os Poetas, vagueando sem sentido,
Buscam pelas ruas um singelo coração!
A noite de Évora é feita de silêncio,
Pausa e silêncio, mil aromas d'açucenas
Que arrastam pela vida muitas penas ...
A Praça, a Fonte, o Templo, a Sé,
Tudo em mim, oculto e presente,
Tão perto, tão longe e tão distante ...
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