Eu li hoje no meu mapa astral que a combinação de sol em áries e ascendente em gêmeos faz com que eu seja uma pessoa que ama fazer a ponte entre assuntos e entre pessoas, e que posso ser alguém que “pode vir a escrever muito bem a respeito de assuntos que me interessam”. Rapidamente, como uma boa ariana impulsiva, escrevi no grupo das minhas amigas no whatsapp que tinha decidido escrever. Agora, aqui estou eu chegando a conclusão que escrever não é uma tarefa fácil. Primeiro porque tenho que saber sobre o que vou escrever. Passam mil e uma coisas pela cabeça: dos assuntos mais interessantes e cultivados, como falar do quanto gosto dos textos descritivos feitos por Gabriel Garcia Marques quando fala do calor de uma cidade colombiana ou de Érico Veríssimo quando descreve o vento na planície do Rio Grande do Sul, até aqueles mais mundanos como elogiar os cogumelos shitake que fiz para o jantar.
Decidi que não vou mais escrever. É muito complicado. Fico lendo os parágrafos, os poucos já escritos e insisto em corrigir como se fosse a minha própria orientadora de TCC e que tivesse que encontrar erros no texto. Além do mais, o texto tem que ficar bom...
Vou tentar de novo. Já descobri outro problema. Como é que vou assinar o texto? Graduada e mestre em ciência da computação, não vai rolar. Posso tentar como gerente administrativa na Universidade, ficou ainda pior. Quem sabe, consultora de processos de produção de software (neste momento lembro que deveria fazer uma proposta para uma consultoria e estou aqui escrevendo nada), também não vai cair bem. Ainda me resta assinar como empresária do ramo de software para academias de pilates, não vai dar nenhuma credibilidade.
Definitivamente esse negócio não vai dar certo.
Penso mais um pouco e até me animo, mas só consigo lembrar do intragável Luis Carlos Prates e do queridinho Piangers. Em um segundo de delírio, penso que não quero me tornar igual (olha a pretensão) a nenhum destes. Agora tenho que justificar que acho os textos do Pianges inocentes e românticos demais para o mundo real.
Tá aí, quem sabe esse seja o tema. O mundo real. Ele não existe. Fim do texto.
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