E veio a noite cheia de gritos e punhais
Trouxe o silêncio desses gritos, mil gemidos,
Os sonhos de quem sofre tantos ais
E os gestos de quem ainda está perdido.
Veio a Madrugada embrenhada em loucura
Trouxe versos a quem ainda era desperto
E espinhos a quem procura na lonjura
os olhos dum amor que fosse perto.
E a aurora anunciou-se breve e manda
Os olhos já cansados respiravam solidão
E o corpo, num pesar, arfava com a dança.
Mas o dia clareou e nada aconteceu,
Na verdade, a dor recomeçou,
Alguém em vão esperou e o poeta adormeceu!
|