Estou só na Praça dos Poetas
Sentado numa mesa, rodeado de vazio,
É dia, há passantes, e eu aqui, entre águas
Que me toldam a razão, estou triste, mas sorrio!
A fachada da igreja é dura e fria,
A água da fonte, solitária, permanente,
Meu corpo um condenado que se via
Ante a indiferença desta gente ...
E tudo é breve como os pombos que esvoaçam
Tudo é breve e passageiro nesta vida
Como os beijos dos amantes que se abraçam.
Nada é permanente, eu tampouco nesta praça!
E só no peito a dor que é ressequida
Vive eternamente como a morte que nos abraça ...
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