Na confluência da avenida da memória
com a rua do esquecimento
perdi, (caiu-me do bolso),
o tempo...
Recolhi restos de horas fragmentadas,
momentos em que no coração abriam-se estradas
pelas mãos de amores de várias mansardas,
que escondiam olhares furtivos e espiações,
lá, onde um homem demora o bastante
para ver o mosaico composto de corações...
O que faria com a memória
se ela, língua que cola selos,
já surda, não escuta a própria história?
O que faria com o esquecimento
se ele, lendo na folha do espaço em branco
seus inesquecíveis feitos, procurasse o lento
barco que passa deixando rastros de fumaça
como se o universo de pensamentos
possuísse, dos confins, a carcaça?
Na confluência entre o que fui e sou
já não procuro a fotografia fugidia,
apenas espero que passe
um novo amor...
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