Évora! Cidade onde nasci
e onde minh'Alma pereceu.
Terra de palavras agudas
e olhos que culpam
onde meu coração se perdeu.
Évora! Ruas negras, escuras, escusas
sem nada ... de calçadas incertas
e vozes caladas que tanto sentiram
o penar dos meus passos.
Terra de pedras e punhais,
de farpas e de foices
onde sinto ainda o peso da solidão!
E só à noite, quando os Credos recolhem
e os ecos se calam ... aí sim! ... Évora ...
... posso ver o teu olhar, o teu encanto,
o teu perfil!
Não era tua a voz que gritava,
eram as vozes das gentes,
empedernidas, austeras!
Ah Évora, como é bom ter-te na noite,
no silêncio do teu olhar,
no sussurro das tuas águas,
no calor das tuas ruas,
nas brumas da tua Alma!
Oh Évora, encanto dos meus olhos
que embala os meu sentidos ... caminho-te ...
... meu berço de paz na quietude criança ...
... e se um dia partir ... SEI:
levarei em meu regaço tua Alma,
teu jeito de Flôr Bela,
teu olhar de menina e moça
num mês de Abril!
P.S./ Poema à Évora nocturna.
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