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O grande valor esquecido: o entrosamento
Ricardo de Lemos Rachman

Resumo:
A "química" que faz a diferença entre o sucesso e o fracasso, em todas as áreas da vida. Em inglês, é definida como a palavra team chemistry (o que denota a raiz da utilização da expressão "química humana" no Brasil), neste texto, consubstanciada pelo valor essencial pautado pelo entrosamento.

É fato que a excelência sempre esteve pautada em valores mas, falo aqui de um deles que ainda não foi mencionado - e se o foi, não a contento. Trata-se do valor do entrosamento.

Sim. Ele separa o sucesso pessoal e profissional do total fracasso. Ele faz uma equipe pentacampeã mundial favorita ser derrotada por 07 gols a 01. Ele faz a filha se trancar no quarto e não conversar com os pais, virando uma adolescente problemática. Ele faz uma empresa afundar por divergências inconciliáveis. Parece-me - por deveras - importante.

O entrosamento de uma equipe mantém sua motivação, e elimina sentimentos negativos como competição doentia, e falta de empatia entre o líder e seus seguidores. Esse sempre foi o sucesso das seleções brasileiras campeãs das copas do mundo, em que o entrosamento dos jogadores fazia toda a diferença. Não era o dinheiro, era a mágica sendo feita através de múltiplas mãos, como se todos fossem uma só massa convergindo para um único objetivo: o sucesso.

Cada um tem uma competência diferente, de maneira a ser indispensável que a equipe se conheça o suficiente para poder utilizar as melhores virtudes de cada um, pois temos discrepantes tipos de inteligência. Eisten dizia que: "Somos todos geniais. Mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em árvores, ele passará a vida inteira acreditando ser estúpido.". Sim, além de arruinar qualquer chance de empatia, julga-se o colega como estúpido, apenas porque não é bom com números. Mas não percebe que o mesmo possui o dom da produtividade, ou da criatividade, ou até mesmo o de levantar o ânimo da equipe. Mas não: ele é estúpido, pois não sabe lidar com números.

Assim, os colegas acabam criando muros entre si, de forma muitas vezes fomentada pelo próprio líder, através de conversas paralelas. Quando a equipe analisa depois de algum ínterim, tudo já está devastado: ninguém se reúne, não há confraternizações, e já existem ódios por todos os cantos e mais: cultiva-se um clima de terror no local. Aí, infelizmente, é o fim da equipe.

A responsabilidade do exemplo é do líder. Ele tem que estar atento às movimentações da equipe, e evitar qualquer sinal de antipatia entre os membros. Deve estimular confraternizações saudáveis, e aprender a gostar de sua equipe, vendo as qualidades inerentes a cada um dos membros, desestimulando ao máximo as fofocas que causam somente a discórdia entre os liderados.

Até o dia que perceber-se-á que todas as funções do local são extremamente importantes. A faxineira fica doente, não há quem limpe o local. Passa-se uma semana, contrata-se outra. A nova funcionária é tão mau humorada e fofoqueira que ajuda a desestabilizar a moral da equipe. O empregado mais competente, simpático e alto astral, apesar dos ótimos resultados, consegue outra oportunidade e o líder diz que "ninguém é insubstituível" (como se os seres humanos fossem peças montadas de fábrica), e não faz o mínimo esforço para que ele fique. De repente, instala-se um desânimo e um clima de tensão que atrapalha não somente os resultados da equipe, mas até mesmo a saúde dos ex-colegas. É tudo uma questão de entrosamento, de equipe. É pensar como um time. Chegar no resultado juntos. É a equipe toda ser convidada para os eventos da empresa, ou pelo menos para as confraternizações. É inexistir fragmentação desnecessária no grupo. Todos somos insubstituíveis à sua maneira. É questão de poder ser - talvez por incúria do líder - melhor aproveitado em outro local, e que a "substituição" acabe saindo muito caro, afinal, somos humanos, não máquinas.

Acreditando nas potencialidades dos seus liderados, foi assim que Ernest Shackleton, expedicionário inglês que ficou preso no mar de Weddell, com seus vinte e dois homens, devido ao banco de gelo no qual ficou presa sua embarcação, salvou a todos, escolhendo a dedo uma escassa equipe de cinco homens somados a ele, através de suas qualidades inerentes. Formando uma equipe de excelência, conseguiu o resgate de todos os homens, vivos, o que foi um enorme feito e mundialmente reconhecido. Na verdade, houve um intenso entrosamento da equipe, o que culminou no sucesso da empreitada. Poderiam muito bem ser bons em separado mas, a "mágica" entre eles foi o ingrediente do sucesso.

Sim, este é o valor do entrosamento: ele pode salvar sua equipe, sua família, suas amizades, seus ganhos esportivos. Ele será, infalivelmente, o retorno de sua energia humana aplicada aos outros humanos, levando além de sucesso, a felicidade e a plenitude. Caso os indivíduos teimem em exercer dissensões, equipes falharão uma a uma. Divórcios acontecerão e campeonatos serão perdidos. Famílias serão devastadas. Irmãos virarão inimigos. Desta forma, o líder nem seus subordinados jamais poderão olvidar o valor do entrosamento humano, uma das maiores ferramentas existentes, mas que, infelizmente, se encontra esquecida e busca por ser achada.


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