Se eu me perder, não me ache,
deixe que eu me espalhe, me misture ao vento
que compõe catedrais com ciscos e grãos,
deixe-me rolar como água seca no nobre chão,
que me orgulhe de não pertencer ao tempo
que desfia as cerdas do sensível coração...
Segure-me por apenas alguns segundos,
serei o pequeno pássaro que ainda não voa,
um pedaço do mistério do mundo,
depois jogue-me para o alto
e cante uma reza de espantar desatinos,
em teus olhos serei o belo
que sobreviveu ao destino...
Dê-me um beijo e assopre-o até mim
como faz o mágico com suas cartola,
estaremos felizes como flores num jardim
vivendo suspensos como a brisa que evola...
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