Évora - As águas da Fonte |
Ricardo Maria Louro |
Sinuosa, encantadora
Ergue-se uma fonte na Praça
Aia, mãe e senhora
Que alí de fronte nos abraça.
O seu olhar de trespasse
Em nós todos cria laços
E não existe quem passe
Que não abrande seus passos.
Pombos poisam e gemem
Toda a gente pára logo
Muitos de lá bebem
Cada um a seu modo.
Oito bicas tem a fonte
Cada uma sua água
Uma água corre a monte
Outra água apazigua.
Existe a água da saudade
E a água da impureza
Corre também a da vaidade
E a da ganância com certeza.
Existe a água do perdão
Aquela que poucos bebem
Ninguém quer a do coração
Porque pensam que se perdem.
A água da pretensão
É eleita destas gentes
É água d'inquisicao
Nas vozes destes crentes.
Mas a água que me abraça
Põe-me Évora no horizonte
Aqui poeta em plena praça
Bebo as mágoas da fonte.
P.S/Quadras à coroada Fonte da Praça do Geraldo em Évora.
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Biografia: O meu Destino é ter a vida d'um Poeta que escreve muito bem e vive muito mal!
Ricardo. |
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