Um dos gêneros mais antigos da literatura, se não o mais antigo de todos, é a poesia. Muito da tradição oral foi passada de geração em geração através da poesia. Ela está no nosso dia a dia. A própria linguagem incorporou-a ao longo dos anos. Embora seja uma literatura não ficcional e exija sensibilidade, durante a história ela se mostrou decisiva em nossa construção cultural e artística, e porque não dizer historiográfica.
Em tempos idos, a poesia foi usada para expressar leis de código de condu-ta moral e cívica. Também servia para transmitir ensinamentos religiosos. Vide os livros bíblicos como Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Eclesiástico. O que esses livros têm em comum é o eu-lírico, diferente da descrição historiográfica dos outros livros.
O primeiro livro de ficção científica foi escrito em forma de poesia. O Maha-bharata é um poema épico indiano. Escrito em sânscrito, uma língua tão antiga e complicada que até hoje eles traduzem. São cerca de mais ou menos 160 mil versos. Narra-se na epopéia uma guerra entre duas famílias que querem reinar em absoluto. Estes são os Pandavas, filhos de Pandu, o antigo rei; e os Kaura-vas, filhos de Dhritarastra, tio dos pandavas. Todo o planeta se envolveu na guerra. Relatando sobre viagens espaciais, armas nucleares e máquinas de guerra diversas, tendo base em explicações científicas como a queima do mer-cúrio.
O modo de falar do brasileiro incorpora a poesia a exemplos como E agora, José da poema José de Carlos Drummond de Andrade. Outra citação bastante famosa e corriqueira na língua portuguesa é do Soneto da fidelidade do poeta Vinícius de Moraes, com a frase adaptada Mas que seja eterno enquanto dure. Na música nacional temos um dos melhores exemplos da apropriação poética através da cultura. Legião urbana gravou em 1988, a música Monte Castelo. Contém uma adaptação de um soneto de Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas, poema épico que narra à chegada portuguesa à Índia.
Segue trecho do seu soneto mais famoso:
Amor é fogo que arde e não se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
(...)
A poesia é muito viva na essência humana. Tanto que uma delas “pratica-mente” salvou a vida de um dos maiores homens da história do século XX. Nelson Mandela quando estava preso em Robben Island, realizando trabalhos forçados durante o regime do apartheid. O homem que anos depois seria o presidente da África do Sul. Lia todos os dias um poema vitoriano de Willian Ernest Henley. Tornou-se um verdadeiro mantra. Obra que não tinha título, mas passou a ser chamada de Invictus.
Segue trecho:
(...)
Eu sou o senhor do meu destino
Eu sou o capitão da minha alma.
Outro fato destacável da poesia foi ajudar a vencer uma guerra! Sim, guerras nem sempre são vencidas apenas com balas, e diga-se de passagem, muitas foram vencidas sem elas. Na segunda guerra mundial, para coordenar os ata-ques das partisans com as tropas aliadas que invadiriam a costa da Normandi-a, no que depois ficaria conhecido como o dia D. O desembarque na França foi consumado no dia 6 de Junho de 1944. A senha usada foi uma composição do francês Paul Verlaine. O poema foi emitido pela rádio BBC de Londres semanas antes.
Segue trecho de canção do outono:
Os soluços graves
Dos violinos suaves
Ferem minha alma
Num langor de calma
E sono.
(...)
Existem várias formas de escrever uma poesia. E são vários as escolas lite-rárias que tentaram dar identidade a ela. Mas esta explicação ficara para outro dia. Um dos gêneros literários que mais sofre preconceito, pois as editoras a-firmam não ser comerciais, alguns dizem ser confuso ou complicado. A poesia é a expressão do coração do autor. Faço minha as palavras do ator baiano Psit Mota, “a poesia é traduzir sentimentos alheios como se fossem seus”. É a mais pura expressão da alma humana! Além do mais, a construção da literatura bra-sileira começou com os poetas barrocos. A poesia não merece respeito apenas por um livro ou autor famoso, mas por sua contribuição na sociedade humana como um todo.
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