Procurei-te pelas tardes dolorosas
Num triste caminhar de mãos abertas.
Procurei-te nas certezas duvidosas
Por cantos, por lugares, por vielas.
Procurei-te pelas noites tenebrosas
Que enchiam d'agonias meu quebranto.
Procurei-te nas auroras graciosas
Cobertas d'alegrias e de espanto.
No cair daquelas noites orvalhadas
Ao nascer daquelas tardes luminosas
Não sabia que afinal me desejavas
Procuravas a minh'Alma tão magoada.
Sofrer às tuas mãos não queria mais
Amar-te não podia, já nem sei
Teus olhos eram frios como punhais
E nunca, nunca mais te procurei.
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