És filha do fado! Irmã do Tejo ...
Um verso de poema! Uma guitarra ...
És silêncio de seda, Lisboa de mil beijos
que sobre a vida se debruça e amarra!
És a glória do meu punho de poeta
que treme ao sentir o coração ...
És a cor de uma imensa aguarela
que alguém pinta ao sentir a solidão.
Teu cantar é de cetim, em mim, é saudade,
de Camões, a voz, num semblante Português!
És poema inacabado, tempo sem idade
que repousa no regaço da eterna D. Ignez!
Ó Celeste derradeira, fonte de Leanor,
descalça pela cal da madrugada,
Pisando lirios, alabastros, sobre a dor,
indo e caminhando pela vida tão amada.
(Poema para a minha queridissima Celeste Rodrigues)
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