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Ano novo
2017
João Victor M. Ruyz

Tu podes considerar essas datas festivas de duas formas (talvez até mais, mas falarei de duas): A primeira, é aquela onde dizes ser a hora do pessoal agir de modo hipócrita e falso - sair abraçando quem nunca abraçou durante o ano inteiro; parentes que não se falam o ano inteiro conversando; amigos que não se falam há anos disfarçando uma ausência, mascarando-a com saudade.
A segunda forma de ver tais dias do calendário: Uma época em que finalmente as pessoas podem parar com a correria insana do dia a dia (correria essa necessária, pois acaba levando-nos ao progresso. Concordo que deveria ser menor a correria. Mas uma pitada dela é importante) e confraternizar entre si de um tempo bom. Uma época em que quem gosta de azul, sem medo, abraça quem gosta de vermelho; um palmeirense abraça um corintiano; alguém de direita abraça alguém de esquerda; quem gosta de pagode abraça o fã de Heavy Metal. Etc etc. Uma época em que as pessoas deixam de lado essas particularidades e são levadas a se permitir pelo menos um instante de sanidade (sanidade é compartilhar o mundo da forma mais pura - sem bobeiras que te afastam de outra pessoa, sem percepções tolas de que alguém não merece carinho pois faz isso ou faz aquilo -. Eu já disse antes, mas digo de novo, que acho que quem faz mal fisicamente para outras pessoas, violência e tudo mais, acaba ultrapassando essa possibilidade de pureza, pois não age, de forma alguma, como se estivesse vivendo numa sociedade - e eu também já disse que o amor machuca, fere, mas, em contrapartida, não mata ninguém; não impede ninguém de continuar vivendo). Enfim, pode-se ter visões diferentes sobre o ano-novo. Quem enxerga de um jeito tem lá seus motivos; quem enxerga de outro também os têm.
Uma coisa boa também é que, de um jeito ou de outro, todo mundo vive essa catarse louca, de que do primeiro dia do ano em diante, será tudo diferente. Na verdade verdadeira não muda nada, né. Mas o fato de a pessoa ter essa motivação de que ocorrerão mudanças e tudo mais, traz paz. Eu acho bacana. Ninguém, de fato, vai deixar as dores de 2016 em 2016. Assim como não fá-lo-ão com as felicidades. Porém, a percepção sobre tais dores, sobre tais felicidades, podem ser usadas de modo positivo, como aprendizado. Tais dores podem deixar de ser o centro da vida e tornarem-se um fragmento do que já foi vivido. Isso que é legal de ano novo (e outras datas semelhantes), a pessoa acaba se motivando a fazer algo que já poderia ter feito antes, mas faltava-lhe um pequeno estímulo.
A virada de ano pode ser tal estímulo. E isso pode ser bom.
Que seja bom para todos. Que todos busquem um ano melhor, mas antes disso busquem ser melhores consigo mesmos. Melhores na forma de comportar-se perante o mundo. Aí o mundo acaba melhorando.
Feliz ano novo, pra quem ando falando muito ou pra quem ando falando pouco. Feliz ano novo pra quem veio, foi passageiro e já foi embora. Feliz ano novo pra quem ainda está de passagem.
Tudo fica guardado na memória. Grato por isso.
Feliz ano novo, também, pra quem nunca falei. Quem irá saber com quem viverá as próximas boas histórias?
Feliz ano novo.
Que 2017 seja poesia.

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