Não. O mundo não é uma coisa ruim
E não há nada de ruim em dizê-lo.
Somente uma forma de expressão. Uma forma de deixar claro, mesmo escondendo, quão grande é a dor que sentes.
E quanto ao monstro que teimas quanto à existência? Talvez o veja no espelho; talvez seja somente cegueira.
Monstro, na vida, de fato, talvez não há; talvez haja - seja o imprudente. Aquele que transgride a vida do outro - usa da violência; vive uma criminosa imprudência.
Criminoso é quem fere o físico do outro.
Palavras também ferem. Com certeza. Mas não impedem de continuar vivendo. Tirar uma vida é imprudência.
Assassinar um amor não é crime; é fraqueza.
O tempo assassina tem vez, mas o tempo não é réu - não disfarça, não omite.
Cegueira é dizer estar em uma paixão para dali uns instantes desfazer a união. Cegueira, fraqueza, ou crime disfarçado. Quem sabe?
E a fraqueza prega o amor. Prega, não vive.
Pregar um sentimento quando na verdade nada há, somente enfraquece.
E, quando for só um passatempo, evite o brilho de amor nos olhos.
O outro coração agradece.
Uma comunhão estranha. Uma comunidade não tão unida assim.
Comum tornou-se pregar o amor.
Comum tornou-se pregar o não-julgar.
Comum tornou-se pregar.
Somente pregar.
Comum. Culpa de ninguém. Culpa talvez de todos. Mas que não sirva de desculpa para que vivas pregando. Nem mesmo o ódio! Tem gente que o prega.
Pregar amor tornou-se lindo.
Amar, de fato, virou piegas.
Não. O mundo não é uma coisa ruim. Alguns atos estão sendo.
Sobra muito barulho; falta um momento sereno.
Comum tornou-se querer a colheita antes mesmo de uma semente plantar.
Tornou-se comum ter medo de amar.
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