Ainda que tarde,
resta-me um grão de fogo no balde
que despejo todo dia sobre a poesia
que nasce do gozo das labaredas,
almas inquietas das palavras, acesas,
ainda que tarde, certas certezas...
Ainda que ação tardia,
cubro cada palavra com a pele da poesia,
que nasce, cresce, floresce, explode,
canta sua canção-bebê ao novo dia,
assim é, nova alegria...
Ainda que tarde seja agora,
subo ao alto do pé de amoras,
espio o cosmos, o universo,
sei que não estou só,
estou imerso
no ventre do amor
que procria
poesias,
uma de cada cor...
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