De mim falar por que
Se ao redor é muito mais fácil de ver
Como vai a vida de cada um
Seus tropeços e seus saltos
O corpo no chão e os olhos no alto
Os bolsos vazios e hoje nenhum
Jeito de mudar de repente este acontecer?

Saberia você como mudar se não estivesse numa caixa
Embrulhado como máquina para presente – de cabeça baixa
A mover os braços sem que venha de dentro o movimento
Que mudaria o relógio de ponto em que marcas teu sustento...

Anda – aperte este interruptor e o pisca-pisca interrompa
Acenda o jardim de tua alma e esclareça junto à tua sombra
A quem quiser ver e ouvir que tomaste a direção da tua vida
E que viverá dela como vive o inseto que busca a própria comida...

Numa manhã de um dia qualquer num calendário
pendurado em tua parede
Rabisque os dias perdidos e ponha cor nos dias
que tanto esperas e que virão
Procure riachos escondidos e a água pura
que reina para matar a tua sede
E como um rei que reina sobre si saberás
que começou o reinado do coração...

Outros títulos do mesmo autor