SEI QUE NADA SEI... |
... |
orivaldo grandizoli |
Resumo: ... |
Eu vejo a mãe segurando o bebê no colo
chora e ri ao mesmo tempo
como uma ária triste em solo
cantada ao vento...
O beija e o aperta
ele dorme e nem vê
sua alma ainda está deserta
como poderia sentir e saber?
Chove lá fora e ninguém vai chegar
é como sse viessem grandes ondas violentas
partindo violetas que se põem a navegar
e sem bússolas pouco se orientam...
O bebê acorda e solta um sorriso
que se gruda ao rosto da mulher
é como se fosse um visgo
boiando na colher...
Não sabe onde está e menos ainda ela
que o roubou na enfermaria do hospital
saltou furtivamente pela janela
e fugiu como um acuado animal...
Será que haverá para os dois um futuro
ou virão os policiais e a levarão para a cadeia
ou conseguirá ela saltar o muro
para ir lhe comprar aveia?
Ninguém sabe o que vai acontecer
pois ninguém sabe onde ela está
nem o que pretende agora fazer
somente eu que lhes acabo de contar...
Se isto for só uma história em versos
tudo acabará bem para a mãe e o bebê
mas se meu sonho estiver na tristeza imerso
farei com que não sejam felizes como alguém quer crer...
A polícia chega e o bebê é devolvido para a mãe verdadeira
que queria doá-lo pois não tem como criá-lo com educação
e aqueles que nada sentem acham que não farão besteira
doando o bebê para um casal que mora lá em Viamão...
Eu - que escrevo sobre o que sinto e penso
acabo essa história como bem comecei
tudo se acaba em poeira e vento
e sei que nada sobre a vida sei...
|
Biografia: Se a palavra vem da boca
nasci quando a genealidade marcou touca
e me pôs para cantar em voz rouca...
|
Número de vezes que este texto foi lido: 61625 |
Outros títulos do mesmo autor
Publicações de número 1 até 10 de um total de 2243.
|