As estaca paralelas
enchafurdadas no mangue
que sustentam barracos e pessoas
assistem dia após dia
as imagens que vejo agora
Dois lados de uma mesma nota
amarrotada e remendada com durex.
Nota fora de circulação
assinada por um certo ex-presidente,
hoje senador.
Dois lados de uma mesma ponte
que leva o nome de José Sarney
Do lado de lá:
Largas avenidas;
edifícios grandiosos;
shoppings centers suntuosas;
gente bem vestida e perfuamda.
Do lado de cá:
Casarões em ruinas;
Falta de infra-estrutura;
Getne descalça e sofrida;
e as palafitas.
Nas pontes de madeira
Não as das oligarquias,
mas de dor e miséria,
que levam aos barracos:
crianças brinca de pegar carangueijos,
Carangueijos brincam no meio do lixo,
Lixo brinca junto ao esgoto,
E o cheiro de esgoto
inpreguina-se no ar.
Os olhos tristes da mãe
mira a roupa que esfrega no giral.
Os braços cançados do pai,
sustenta o balde
que leva a aguá que lavará a roupa do giral.
A diferença social berra feito criança esfomeada no Maranhão!
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