A memória do meu coração me cobra pensamentos,
me pede aqui fora o que sonho por dentro,
voos de pássaros e risos de córregos,
ciscos que voavam e pedras adormecidas,
o sono pede que eu durma para sonhar,
o sonho pede que eu durma para acordar...
Na rua da minha casa tinha um pedra,
diferente das outras, que me espiava,
sempre perguntei o que ela fazia ali, queda,
e ela me dizia que nada fazia, só olhava...
O quanto me sujei de terra
é o quanto me lembro do barro na chuva,
como se construções em mim se ergam
para dizerem que a vida não usava luvas...
O ideal seria se lembrar só de coisas boas,
que as ruins a borracha sentimental apagasse,
mas as lembranças existem e não é à toa,
que eu me esquecesse e pouco me lembrasse...
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