Vejo
pela minha janela
a chuva caindo,
os telhados
se lavando,
os girassóis
se esquecendo
do sol
e tomando banho.
Os pingos
como equilibristas
dançando nos fios
de alta tensão,
nos cabos
de telefone,
nos varais
de roupa.
O dia escurece,
ouço alguns trovões,
os galhos das árvores
são balanços no vento.
Pena
que não existam
mais meninos descalços
brincando de represar
água nas valetas.
Mesmo que a chuva,
às vezes,
desenhe poças
e lama
nas ruas,
ainda é uma festa
quanto a natureza
não abre
o guarda-chuva,
nem usa
galocha.
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