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A vontade, O Coletivo e a Engenharia Poética.
Uma visão ecológica
Rogério Gattai Siffert

Resumo:
Uma abordagem para o Futuro que envolve a todos.

Nossa história sempre encontrou justificativa para os acontecimentos baseada na busca do poder. São eles, os poderosos, que querem isso ou aquilo, e os fatos históricos acontecem conforme a vontade desses poderosos, ou daqueles que anseiam pelo poder, e isso sempre pareceu muito natural.
Falemos um pouco sobre o poder.
“Vontade de poder”.
Essa frase exprime a ideia central da filosofia de Nietzsche sempre se lendo “poder” como substantivo, como potência, como autoridade. Mas, acontece que na língua portuguesa, a palavra “poder” também é o verbo que exprime possibilidade, ter a faculdade de.
Proponho que leiamos a frase “vontade de poder”, admitindo a palavra “poder” como verbo e, então, teremos:
Vontade de poder viver.
Vontade de poder amar.
Vontade de poder comer.
Vontade de poder...
A vontade de poder, poder como potência, tem uma força muito grande, é movimentadora, mas extremamente individualizada, ao passo que a vontade como vontade de, é coletivizante.
É coletivizante no momento em que busca a relação, já que poder viver, ser feliz, amar, são ações plurais, de dois para mais indivíduos e também poder satisfazer as necessidades básicas, como poder comer, permite um desprendimento de eu para o nós, em busca de soluções para a sobrevivência. Sendo assim a vontade de ter a possibilidade de, é ecológica já que privilegia a relação e a sobrevivência.
Vivemos num mundo de contrastes, onde uma parcela muito grande da população conjuga o verbo poder ansiando por um prato de comida, e esse fato trará a mudança da qualidade de vontade, que deixará de ser uma vontade individual de potência, para uma vontade coletivizada de sobrevivência.
O valor da vontade nada perderá, muito pelo contrário, já que a vontade de viver com prazer é da natureza mais interior do ser humano.
Essa nova vontade é muito dinamizadora, muito mais que a vontade de potência individual, que já está bastante desgastada, já que a vontade de superar-se só faz sentido em uma ambiência coletiva, pois trata da superação de si mesmo e não do próximo.
Tudo isso trata de um movimento do individual para o coletivo e, nesse movimento, a engenharia tem de participar, porque a infraestrutura, a coisa construída, é sujeito e objeto da vontade.
Não consigo ver um novo paradigma se instalando sem a participação da engenharia. É preciso que os profissionais da área tecnológica participem desse movimento.
A proposta para o novo procedimento tecnológico é de preocupar-se com o todo e com tudo, com o coletivo, a nível social e psicológico e, sobretudo, com a sobrevivência, não só de pessoas, mas do planeta.
Acredito que este planeta seja importante no organismo chamado Universo e é importante sua preservação, por tanto tempo quanto seja possível ao homem encontrar seu lugar na ecologia cósmica. Para tanto é fundamental uma abordagem ecológica das transformações que a tecnologia, pela mão da engenharia, exerce a todo instante de sua atividade.
Temos a transformação de minério em peça metálica acabada, temos transformação de energia em trabalho, e já dominamos a transformação de matéria em energia.
Transformar com vontade coletivizante, criando sempre pensando nas características especiais, particulares e únicas do ser humano, considerando essas características como dados de projetos e, motivação desses projetos.
Projetar é ser agente de transformações e a qualidade do projeto será medida pelo prazer de sua realização, no vislumbre da organicidade da coisa construída no todo coletivo.
Essa é a diretriz da Engenharia Poética.

rogeriogattaisiffert@gmail.com





Biografia:
Engenheiro Mecânico pela Escola de Engenharia Mauá em 1988. Sempre atuei com projetos. Já lecionei Física e Matemática para o ensino médio. A Engenharia Poética surgiu para mim e resolvi dar voz a ela.
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