Não sei se ainda escrevem, mas há algum tempo li astrólogos escrevendo sobre o fim da Era de Aquário, e o início da Era de Peixes. Diziam eles, que então a Humanidade despertaria para uma nova consciência.
No século XVIII, tivemos o Iluminismo, também conhecido como “Século das Luzes. Uma cultura da elite europeia que na época, tentava mobilizar a sociedade pela razão. O Iluminismo combatia tanto a igreja como o estado.
Com esses preâmbulos, chegamos aos dois acontecimentos que a mídia mundial cobriu com exaustão. No Brasil, outra vez, repetiu-se um estupro coletivo. Que não será o último. Infelizmente esta é a única certeza.
Em Orlando (Flórida EUA), um matador entrou numa boate gay, e se “divertiu” matando dezenas de pessoas da sua raça que pensavam e eram “diferentes” dele.
Que os astrólogos estavam errados é um fato. Na verdade eles sempre estão. O destino da Humanidade nunca esteve, está e nem estará escrito nas estrelas Isto não impede, entretanto, que ele possa chegar “vindo das estrelas”.
Já o Iluminismo perdeu sua “guerra”. O que provocou um abalo sísmico na Humanidade. Chegamos ao século XXI ainda com duas pedras atrapalhando a nossa caminhada. A religião e o estado.
É um erro olhar para os estupradores e o matador como fatos isolados. Quando eles são inseridos no contexto do todo, o movimento retrógrado da Humanidade só não fica escancarado, porque criou-se a indústria da cegueira e do hipnotismo.
Eu diria que a tecnologia é um iluminismo no sentido contrário. Os avanços tecnológicos mascaram a evolução da Humanidade. E escondem ainda mais nossos instintos selvagens. Só que uma parte cada vez maior não consegue escondê-los.
O pensar fez a Raça Humana dominante. Foi neste ponto que cometemos o maior dos nossos pecados. Confundir pensar com razão. A razão não deixa os medos e receios ocultos aflorarem. Ela não precisa de deuses para nos salvarem, levando-nos ao paraíso.
O pensar revelou ainda, outro dos nossos segredos mais horripilantes. A nossa imbecilidade animalesca. E nos transformou no predador com as garras mais afiadas que já caminhou neste planeta. O paradoxo é que somos nossas próprias vítimas.
Permito-me afirmar que a Raça Humana não foi agraciada com a dádiva do gene da razão. Ele também, não está no horizonte do nosso caminho evolutivo. Nunca estará. Na nossa essência vive o gene do instinto animal. E não existe a opção de transplante.
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