Olhar para cima e tentar compreender o porquê de nossa vulnerabilidade,
Olhar para cima e questionar sobre tanto mistério quanto à verdade,
Nascer e viver com os olhos voltados para o céu e nem ao menos entender o que lhe é conduzido,
Ter uma data para partir enquanto o resto do universo é Infinito.
Como um astrônomo encara a matéria escura,
Eu encaro você.
Como um matemático encara a √2,
Eu encaro você.
Como um teólogo encara a existência de Deus,
Eu encaro você.
Como um espírita encara a vida eterna,
Eu encaro você.
Do mesmo modo que um filósofo vê a sabedoria,
Eu te vejo.
Semelhante aos desejos de uma ninfomaníaca para com o mundo,
Eu te desejo.
Só não me peça, por favor, para compreende-lo,
Porque temo ser algo impossível.
Falar sobre a extensão ilimitada do universo é como falar sobre você.
Incompreensível,
Perturbador,
Intimidante,
Tão distante,
Essencialmente atraente.
Algo que fascina a todos,
Algo sobre o qual todos gostam de falar,
Algo que substancialmente atormenta.
Isso é você.
Morto em minha boca,
Ativo em minha mente,
Perceptível quanto ao ridículo.
Explicar meus mais sinceros sentimentos por você é mais difícil que passar um camelo pelo buraco de uma agulha.
Então,
Se quiser finalmente se abrir quanto ao que sinto por você,
Se quiser simplesmente falar a verdade e deixar circunstâncias vis de lado,
Sinta-se à vontade para perguntar sobre o que sinto,
Mas apenas quando o abismo acima de nós for explicado,
Apenas quando for encontrado um número exato para o problema dos matemáticos,
Apenas quando a existência de Deus e do Espírito for provada,
Quando a filosofia não tiver mais como objetivo a busca das respostas para todas as perguntas do mundo,
Quando houver uma cura para a ninfomania,
Quando houver uma cura para o que sinto por você.
E assim, quando todos os enigmas forem desvendados,
Um a um,
Esperarei sentada o momento em que seus belos olhos se abrirão.
Talvez, finalmente, o Infinito fique claro para mim.
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