Sobrevivi à queda,
vim do alto,
anjo,
me tornei fera,
dando
cambotas diante do público,
saltando sobre punhais estendidos,
não sou o único
mas sou aquele que tem consentido
viver a febre de viver
antes que se lembre a morte
de que não pode me esquecer...
Eis-me aqui, sem coroa ou andrajos,
a lavar as mãos dentro do prato
onde como minha poesia,
temperada com meu amor,
minha agonia...
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