Dono de uma filmografia impecável cujo intuito é escancarar, de forma muitas vezes brutal, a posição de voyeur do espectador (colocando-o como partícipe da narrativa), Michael Haneke consegue com seu novo filme, falar de um sentimento tão comum a qualquer indivíduo, mas tão maniqueísticamente abordado no cinema: o amor. E se você que conhece um pouco do currículo do diretor achou que pelo título de seu novo longa o veterano realizador finalmente se entregaria ao sentimentalismo hollywoodiano, pense duas vezes, pois o rigor estético e o tratamento sem concessões do diretor estão cada vez mais afiados e você vai, invariavelmente, se inquietar ou se incomodar com o que vai ver pois, afinal de contas, só os fortes apreciam o cinema visceral de Michael Haneke!
Iniciando seu filme já mostrando sua protagonista na cama morta, coberta com flores e em avançado estado de decomposição, o diretor nos tira de cara qualquer ilusão que teríamos acerca de sua história, pois aqui o que interessa é mostrar a partir das cenas seguintes como aquela trágica senhora (Emmanuelle Riva) chegou até ali e, centrando o foco em seu marido, George Lammert (Jean-Louis Trintignant), irá mostrar os esforços desse dedicado indivíduo ao tentar proporcionar algum tipo de conforto à sua esposa, enquanto testemunha a mesma ir se definhando aos poucos...
PARA LER O RESTANTE, ACESSE: https://bauresenhas.wordpress.com/2014/12/11/amor/
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