Passa a procissão,
dos soldados o batalhão,
a passeata dos que querem não,
astros e cometas atravessando a imensidão,
eu,
teleférico sem cabo de aço,
da janela com meus olhos um risco traço,
excluído,
fio cortado,
rio dividido,
eu,
que só tenho dois braços
e um mundo para abraçar,
que todo dia nasço
para sangrar,
fico e saio
do meu palco de ensaio,
represento cá fora o que vai cá dentro,
o mistério do criador do tempo,
eu,
enunciado catálogo filosófico,
eu,
severo comigo,
eu,
o próprio...
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