Onde está o limite
entre a dor e o prazer,
a dor de tantos que perecem sob jugos,
o prazer de quem sabe o que tem que fazer,
ouvir a morte cantando
e o silêncio dos mudos
anunciando o esquecer?
Onde está o limite
entre o aberto e o fechado,
bater na porta que tantos insistem,
escutar do outro lado o pecado
gritar que o perdão não existe?
Onde o limite está
entre quem tem o coração preso ao cadeado
com quem o já lançou ao mar desalmado?
Onde o limite está
entre o sol que brilha
e o porão em que não chega o luar?
Onde, limite,
mora o abrir de lábios
e o sorriso triste?
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