Recentemente apenas tenho me enxergado,
Refletido no plástico dos eletrodomésticos,
No meio dos botões de liga-desliga,
Rápido-lento, abre-fecha
E os números do marcador de minutos.
Toda minha experiência marcada,
Hoje, plastificada, metalizada...
O relógio conta o quanto me consome,
O quanto me torna passivo, alienado,
Num ápice de inutilidades festejadas.
Virei humano sem humanidade.
Aparelho objeto dos dessujeitos elétricos.
Um anti-ser automático, monótono,
Submetido a controles remotos domestificantes.
O que resta do meu ser humano?
De que vale essa existência?
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