Será que a verdadeira fortuna
está nos bolsos
ou acima, no cofre do coração,
onde poucos guardam o muito que todos
perdem quando se entregam à ilusão?
Como mostrar a quem chora a beleza do riso
que se esconde nas dobras da face,
que o viver é muito mais que o mito
de morrer depois que o amor nasce?
Será que o pedido de casamento
entre o céu e a terra se fará por nossa voz
quando aceitarmos ter estrelas nos bolsos
e dentro da alma a nascente de espírito limpo que nos levará à foz?
Como mostrar que o que perdemos
alguém achará
como beleza que se desprende
do corpo de um sonhador,
parte do que recebemos
como herança em Shangri-La
quando éramos amados
e no mundo não havia dor?
Será que o que fazemos
será feito por quem virá
refazer nossos passos
nesta terra tão bela e amada,
ou simplesmente o vento
fará a sua parte ao levar
para o longe o que consome
nossas únicas palavras?
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