Ouçam, ouçam,
além dos cães as pedras latem,
se batem até o pó,
se unem ao vento que varre
a terra cansada,
se dão aos ventos da estrada,
se unem ao deserto,
erigem castelos no alto,
onde mora quem não demora a partir...
Escutem, ouçam,
se partem as louças em pedaços simétricos,
se unirão aos peripatéticos
que vagam na metrópole,
se tornarão azulejos
aos que se miram nos espelhos
da seduções,
ouçam, escutem,
cantam seus corações...
Além da carne que arde no fogo,
do suor do jogo,
cacos de amor espalhados
vivem separados
do seu coração,
além dos muros
da única prisão...
|